Já mencionei que, antes de nos mudarmos pra cá, cada um de nós passou as férias do fim de 2008/início de 2009 na casa de seus respectivos pais. Pois eu acabei sofrendo bastante no apartamento de minha mãe, em Santos: fiquei alojado num quarto de formato irregular, característica que talvez tivesse contribuído para o irritante calor. Foram muitas noites mal-dormidas, só anestesiadas pela impulsiva aquisição de um Playstation 2, no Natal. O console até que cumpriu bem sua parte - esqueci um pouco da morosidade do processo de financiamento, varando as madrugadas com jogos do naipe de Test Drive Unlimited e Star Wars Battlefront. Mas isso também é assunto para outra postagem.

Logo depois do Carnaval, a Páscoa já avizinha sua graça. E, como num desenrolar da cortina, as brisas começam a esfriar. O bairro onde moramos, final da Enseada, é destacado por casas amplas e prédios baixos, ambos só ocupados em temporadas e feriados. Além disso, muitas ruas não dispõem de asfalto, e, consequentemente, existem muitos terrenos à venda e bastante vegetação. O cenário sustenta uma temperatura fresca no verão: quente, porém, agradável. O outono até que mostrou-se como um verão tímido, pontuado por chuvas raras, com uma temperatura ótima para um excelente almoço familiar no domingo de Páscoa.

Convocamos as mães, minha primeira cunhada, minha irmã e meu cunhado para celebrar a data sagrada. Meu pai, na ocasião, estava numas de tentar negócio pros lados de Recife, mas brindei em seu lugar. Foi a Páscoa mais gulosa que tive: servi-me como um rei e, como é de meu feitio, ignorei a existência do chocolate.

Entre os papos digestivos, incluíram-se o que faltava pintar (um cantinho da parede do quarto de hóspedes que até hoje evito olhar), a instalação das persianas, a cobrança de mamãe quanto às minhas visitas e... o desfile das vacas do bairro.

A vegetação do lugar garante o comparecimento de gaviões, beija-flores, morcegos e a criação de gado e manutenção de galinheiros. Se fossem apenas as queridas e tchutchucas leiteiras, até que nosso cotidiano seria pra lá de engraçado. Mas, tente dormir com tantos galos cantando... Parece até que os malditos acertaram seus relógios de maneira louca, cada um seguindo um fuso de um ponto diferente do mundo, de modo que se ouve o cantar, às vezes, da meia-noite às cinco da manhã.

Isso sem levar em conta as baladinhas locais, as quais só parecem usar CDs arranhados de uma única música...
Coisa de província rural-praiana.

Sol


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1 comentários:

    Uesley Brito disse...

    Quando a imagem das vacas surgiram imaginei que seria um quadro ilustrado, mas com a apliação percebi o realismo na mesma! Mas, mudando para outros quinhetos, definitivamente está é a minha postagem favorita, desde o seu tema!

  1. ... on 21 de agosto de 2009 às 19:57